
Quarta-feira, 10/02/2016
Tendências Educacionais para 2016
Falar de futuro, por mais que evidências sejam visíveis, é sempre uma tentativa de adivinhação, de ler a “bola de cristal”. Pior ainda quando não falamos do futuro de maneira geral: quais serão as tendências para 2016?
Ainda bem que falamos de “tendências”: falamos de propensão, de inclinação, de grande possibilidade. Mas não temos certeza, nunca teremos. A ideia é desenvolver uma pequena análise do que aconteceu em passado recente, do que está acontecendo hoje e assim, imaginar o caminho que se seguirá. Não vou discorrer aqui sobre a necessidade de discutirmos qual deve ser a escola, hoje. Muito tem se falado sobre a escola da era industrial X a escola da era da informação, sobre o aluno do século passado e o aluno de hoje, sobre a sociedade atual e as rápidas mudanças que acontecem hoje em dia. Parto das seguintes constatações:
- a escola não é mais a principal fonte de informação; Portanto, a escola deveria ser outra. Deveria... Acontece que, em muitos casos, usando giz ou usando tablet, os paradigmas continuam os mesmos, os atores e os papéis na educação não foram alterados! Se a escola continua a mesma, de pouco adiantam os novos instrumentos. A tecnologia tem que ser mais que um verniz aplicado a velhas práticas! Para tanto, faz-se urgente algumas transformações em nosso agir como escola:
1. Reformular o currículo, a avaliação e a pedagogia; Para que estas transformações sejam possíveis, é preciso parar com as desculpas (reais) e partir para soluções. Os Professores não foram preparados para usar de fato as novas tecnologias. Isso é verdadeiro. No entanto, isso não pode der uma desculpa. Podemos aprender e, com um pouco de planejamento, tiraremos proveito das TICs nas aulas. Diante desta visão e desta realidade, podemos afirmar que a tendência para 2016 será caminhar mais na trilha que foi seguida em 2015, que deverá ser seguida em 2017, 2018, ... Não haverá senão a continuidade de um processo. Processo que, queiramos ou não, já teve início. Alguns tópicos (sem pretensão de esgotar o assunto): Ensino Personalizado: trata-se de um desejo antigo, cuja possibilidade de execução era complicada. As TICs estão permitindo que o ensino seja desenvolvido para cada aluno, de acordo com sua história, seu progresso, sua possibilidade. Aprendizado Informal: ou independente da escola. Cada vez mais o aprendizado acontece nas redes sociais, na internet e em outros meios. Tem seus aspectos preocupantes (quanta besteira poderão aprender!), mas tem várias facetas positivas. Ambientes colaborativos, cursos informais, e muitas novidades que ainda estão por vir. Neste sentido, o papel do professor muda, tornando-se ainda mais importante: não mais “dados de conteúdos”, mas orientador, facilitador da aprendizagem. Realidade Virtual: Em 2016, ao menos no Brasil, ainda será incipiente. Mas a evolução tende a ser rápida! Através de óculos especiais, ou outros instrumentos, os alunos não precisarão ater- se a fotos de obras de arte: visitarão os museus de todo o mundo, ainda que fisicamente dentro de sala de aula. É apenas um exemplo. Gamificação: tem a proposta de tornar aprendizado mais atrativo. Mas não significa jogar toda a aula. Trata-se de trazer elementos dos jogos, como desafios e rankings. E neste particular, permito-me uma observação: não se trata de fazer da educação unicamente momentos agradáveis. Deverá haver momentos de esforço e de responsabilidade. Mas sempre com objetivos claros para todos. Ensino Híbrido: ou Blended Learning. Trabalhar em sala de aula momentos presenciais e off- line com momentos conectados, online. Sala de Aula Invertida: ou Flipped Class. Trabalhar de forma “invertida” à aula tradicional. Assim, primeiramente os alunos fazem a “lição de casa” para depois discutir o assunto na aula. Com orientação do professor, primeiramente eles buscam o conteúdo na internet. Depois, em sala de aula, trocam informações, socializam, confirmam hipóteses, aprofundam os conhecimentos ... Aprendem! Múltiplos dispositivos: ainda temos alguma dificuldade em trabalhar com computadores. Pois em breve teremos smartphones, relógios, pulseiras, TVs e muitos outros aparelhos, todos eles conectados, todos fornecendo informações, todos ensinando... Nuvem: ou como ter todos os arquivos e programas essenciais disponíveis a qualquer hora e em qualquer dispositivo. Eles não estão mais guardados em nosso computador, mas via internet em grandes servidores, específicos para esse fim. Disponibilidade: tudo está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. Por que aprender somente no horário de aulas? Como disse acima, são alguns tópicos. Muitos outros podem ser elencados e discutidos. O importante é perceber que a escola de hoje deve ser diferente da escola em que eu estudei. Porque o mundo mudou.
Bom ano!
Links para ampliar a discussão: 5 tendências de tecnologia para a educação Professores não recebem capacitação para o uso pedagógico da internet Tecnologia é mais que um verniz na educação 30 dicas para ensinar com ajuda das redes sociais Quando jogo e educação se misturam: entenda a gamificação Periscope: Connecting Classrooms to the World Exame internacional desfaz 7 mitos sobre eficiência da educação
Atualmente é consultor, além de manter um programa semanal em web rádio, “Focando Educação” – rvpprado@gmail.com.
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