
Quarta-feira, 25/07/2018
Twittaço Literário Ferreira Gullar no Dia 27/07/2018 (sexta-feira)
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Uma realização da Gerência de Leitura e Audiovisual
Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, nasceu em São Luís do Maranhão, no dia 10 de setembro de 1930 e faleceu no Rio de Janeiro, em 4 de dezembro de 2016. Escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro, é um dos fundadores do neoconcretismo. Foi o postulante da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Ivan Junqueira, da qual tomou posse em 5 de dezembro de 2014.
Sobre o pseudônimo, o poeta declarou o seguinte: "Gullar é um dos sobrenomes de minha mãe, o nome dela é Alzira Ribeiro Goulart, e Ferreira é o sobrenome da família, eu então me chamo José Ribamar Ferreira; mas como todo mundo no Maranhão é Ribamar, eu decidi mudar meu nome e fiz isso, usei o Ferreira que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe, só que eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês; é um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome".
Até sua morte, muitos o consideravam o maior poeta vivo do Brasil e não seria exagero dizer que, durante suas seis décadas de produção artística, Ferreira Gullar passou por todos os acontecimentos mais importantes da poesia brasileira e participou deles. Morando no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, sendo então um poeta extremamente inovador, escrevendo seus poemas, por exemplo, em placas de madeira, gravando-os.
Em 1956 participou da exposição concretista que é considerada o marco oficial do início da poesia concreta, tendo se afastado desta em 1959, criando, junto com Lígia Clark e Hélio Oiticica, o neoconcretismo, que valoriza a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo ortodoxo. Posteriormente, ainda no início dos anos de 1960, se afastou desse grupo também, por concluir que o movimento levaria ao abandono do vínculo entre a palavra e a poesia, passando a produzir uma poesia engajada e envolvendo-se com os Centros Populares de Cultura (CPC).
Ferreira Gullar faleceu em 4 de dezembro de 2016, na cidade do Rio de Janeiro, em decorrência de vários problemas respiratórios que culminaram em uma pneumonia. O velório do escritor foi realizado inicialmente na Biblioteca Nacional, pois esse era um desejo de Gullar. Dali, o corpo foi levado em um cortejo fúnebre até a Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Uma semana antes de morrer, Ferreira Gullar pediu à filha Luciana para que o levasse até a Praia de Ipanema..
Fonte: Fragmentos Internet
Bibliografia
Poesia
Um Pouco Acima do Chão, 1949
A Luta Corporal, 1954
Poemas, 1958
João Boa-Morte, Cabra Marcado para Morrer (cordel), 1962
Quem Matou Aparecida? (cordel), 1962
A Luta Corporal e Novos Poemas, 1966
História de um Valente, (cordel; na clandestinidade, como João Salgueiro), 1966
Por Você por Mim, 1968
Dentro da Noite Veloz, 1975
Poema Sujo, (onde se localiza a letra de Trenzinho do Caipira) 1976
Na Vertigem do Dia, 1980
Crime na Flora ou Ordem e Progresso, 1986
Barulhos, 1987
O Formigueiro, 1991
Muitas Vozes, 1999
Um Gato chamado Gatinho, 2005
Em Alguma Parte Alguma, 2010
Antologias
Antologia Poética, 1977
Toda poesia, 1980
Ferreira Gullar - seleção de Beth Brait, 1981
Os melhores poemas de Ferreira Gullar - seleção de Alfredo Bosi, 1983
Poemas escolhidos, 1989
Contos e crônicas
Gamação, 1996
Cidades inventadas, 1997
Resmungos, 2007
Teatro
Um rubi no umbigo, 1979
Crônicas
A estranha vida banal, 1989
O menino e o arco-íris, 2001
Memórias
Rabo de foguete - Os anos de exílio, 1998
Biografia
Nise da Silveira: uma psiquiatra rebelde, 1996
Literatura infantil
Zoologia bizarra, 2011
Prêmios:
Prémio Camões
Prêmio Jabuti - Poesia (1959 - 2017)
Prêmio Jabuti de Literatura (1959 - 2017) - Contos, crônicas e novelas
ABL Academia Brasileira de Letras
Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo
PENSAMENTOS:
“A arte existe porque a vida não basta.”
Ferreira Gullar
“Sei que a vida vale a pena
Mesmo que o pão seja caro
E a liberdade pequena.”
Ferreira Gullar
“Como um tempo de alegria, por trás do terror me acena,... E a noite carrega o dia, no seu colo de açucena... Sei que dois e dois são quatro, Sei que a vida vale a pena... mesmo que o pão seja caro e a liberdade, pequena...”
Ferreira Gullar
“Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador.”
Ferreira Gullar
POEMAS
Meu povo, meu poema
Meu povo e meu poema crescem juntos
como cresce no fruto
a árvore nova
No povo meu poema vai nascendo
como no canavial
nasce verde o açúcar
No povo meu poema está maduro
como o sol
na garganta do futuro
Meu povo em meu poema
se reflete
como a espiga se funde em terra fértil
Ao povo seu poema aqui devolvo
menos como quem canta
do que planta.
Cantiga para não morrer
Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
Aprendizagem
Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.
ENTREVISTAS
http://www.caleidoscopio.art.br/entrevistas/ferreira-gullar.html
http://www.candido.bpp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=601
VÍDEOS:
https://www.youtube.com/watch?v=sCeeq3TY03w
https://www.youtube.com/watch?v=v2Z7sglRQJ0
https://www.youtube.com/watch?v=qoJFUzn-hVE
Trenzinho do Caipira (Vila Lobos e Ferreira Gullar):
https://www.youtube.com/watch?v=m8y9L5xnKm
https://www.youtube.com/watch?v=5--VGJX9quE
https://www.youtube.com/watch?v=QtJ8ro1NSh0
CARICATURA:
Enviado por:
E/SUBE/GLA – Gerência de Leitura e Audiovisual

