
Terça-feira, 07/01/2014
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Terça-feira, 07/01/2014
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Segunda-feira, 06/01/2014
Uma História de Vida
Nesta semana vamos destacar uma história de vida que poderia ser a sua ou de algum conhecido seu. Essa história é de uma mãe que luta para dar o melhor a sua filha e encontrou no ambiente escolar o apoio que precisava.
É importante entender que a participação da família de um filho com necessidades especiais é decisiva no processo de integração/inclusão, além de indispensável para um construir-se pessoal e participante da sociedade. As relações entre famílias de filhos com necessidades especiais propiciam suporte recíproco para o fortalecimento necessário à convivência saudável entre seus membros. A escola, em conjunto com a família, deverá programar as melhores estratégias de ensino-aprendizagem para que o aluno portador de necessidades especiais dela se beneficie e nela permaneça.
Arielle e Cíntia
O texto a seguir nos foi enviado pela AAC (Agente Auxiliar de Creche) Cíntia Pires, mãe da aluna Arielle Beatriz de Oliveira Pires que estuda na Escola Especial Municipal Maria Montessori da 9ª Coordenadoria Regional de Educação.
Estudei em escola particular do bairro, fui alfabetizada pelo método mecanicista e, com 6 anos, já sabia ler e escrever e, assim, ensinei minha mãe a assinar o nome dela. Depois fui para a escola municipal do bairro IPEG (10ª CRE) e sonhava em ser professora. Tinha um quadro negro pequeno e pedia aos meus professores pedaços de giz e passava as tardes dando aula para as bonecas. Sempre tirei notas boas e fui disciplinada. Quando falava para minha mãe que queria ser professora, ela não aceitava, falava que queria que eu fosse advogada, mas acredito que professor está no sangue, no amor da profissão.
Quando foi inaugurado o Ciep 336 Octavio Malta, que seria de ensino integral, fiz a prova e passei em primeiro lugar. A proposta da unidade era ter aula de natação, informática, laboratórios, ou seja, oferecer um ensino público de qualidade. Na época meu pai estava desempregado e minha mãe passou a vender doces no posto de saúde do bairro. Não passamos fome, porém meu pai disse que primeiro o nosso estudo, depois que terminasse o Ensino Médio, nós poderíamos trabalhar para complementar a renda. Assim, em 1998, terminei meu Ensino Médio, então com 16 anos. Fui trabalhar de estoquista em loja de roupas sem carteira assinada e ajudava nas despesas. Com 18 anos, comecei a trabalhar na Dancor S.A. Indústria Mecânica de carteira assinada como recepcionista.
Conheci meu ex-marido, casamos, mas assim como minha mãe, engravidei logo. Minha filha nasceu prematura de 26 semanas devido à pré-eclampsia. A minha sentença era a morte ao chegar ao hospital e, de repente, passou um filme na minha mente, em fração de segundos. Toda a minha vida, infância, o que eu tinha vivido, não sei explicar pois foi muito rápido. Vieram à minha mente alguns questionamentos, o que eu fiz de bom para as pessoas? Não fiz minha faculdade que era o meu sonho, só trabalhei para ajudar meus pais, não que eu me arrependesse, mas meus sonhos ficaram para trás... O pior ainda estava por vir, fiquei 15 dias internada e minha filha nasceu com 1.125kg, ficou 74 dias em UTI Neonatal. Nesse período minha filha entrou em coma e as chances de sobrevivência eram mínimas, as médicas já preparavam meu esposo e eu para o pior que era a morte de nossa filha. Conversei com Deus que eu queria muito cuidar dela, que a amaria incondicionalmente mesmo que ela fosse especial, tivesse alguma deficiência. Mas confesso que eu nunca tive experiência ou convivência com pessoas com necessidades especiais, eu não sabia como era. Por um milagre minha filha sobreviveu, mas com problemas neurológicos, paralisia cerebral.
Quando minha filha completou 2 anos, parei de trabalhar e me dediquei integralmente a ela em tratamentos multidisciplinares, pois não tinha nenhum movimento como levantar o pescoço, engatinhar. Era um bebê e só vivia na UTI. Com quase 3 anos, minha filha andou. Ela não engatinhou, andou logo, e quando estava com 5 anos, me separei do pai dela, e passei a morar sozinha com minha filha. Voltei a estudar com o apoio da minha mãe, fiz o curso técnico-administrativo. Em seguida, quis fazer contabilidade, fiz a prova iniciei o curso, mas não conclui, pois estava com problemas particulares com meu ex-marido, então desisti do curso.
Como cuidar da minha filha me impedia de trabalhar, resolvi fazer concurso, pois sabia da carga horária reduzida e, com isso, daria para manter os tratamentos. Fiz o concurso de Agente Auxiliar de Creche (AAC), errei 3 questões e, como não tinha títulos, fiquei na classificação 488ª da 9ª CRE. Nessa mesma época, fui convidada pela diretora da Escola Especial Municipal Mª Montessori para ser voluntária. Quando comecei, veio a emoção novamente: é isso que eu quero para mim, ser professora de criança especial, é um dos trabalhos mais lindos. Apesar de alguns contratempos, de alunos agressivos, a superação e aprendizagem não tem preço. Posso dizer que eu trabalharia de graça se fosse preciso, porque aquelas crianças se tornaram minha vida, eu as amo como amo a minha filha.
A E. E. M. Mª Montessori promove várias ações para as mães e alunos: O Telecine pipoca, que ocorre a cada 3 meses, com filmes, pipoca, bolo, refrigerante, cachorro quente e tem como objetivo a interação, já que muitos filmes estão relacionados a como lidar com uma determinada deficiência ou situação; As aulas de dança, com a professora Fernanda Bastos, foi um presente, pois estimula muito as crianças e eles adoram. Antes não havia e foi um ganho no ano de 2012; As aulas de artesanato com a professora Glória contribui para que o tempo em que nós ficamos na escola não seja ocioso. Eu, por exemplo, aproveitei muito. Nunca pensei que fosse gostar, mas aprendi a bordar chinelo, almofadas, colchas, blusas com pedrarias, anéis, fazer fuxico e com o fuxico mil e uma coisas, crochê, bolsa, pintura em pano de prato, chaveiro. O melhor foi ter uma renda extra a partir disso, pois vendia para as amigas. Tivemos outras aulas como bijuteria, biscuit, pintura em caixa, artesanato com jornal, tricô e cada mãe acaba se especializando em algo. A Montessori é uma fonte de artesanato a ser explorada.
Tenho imensa admiração pela direção (Viviane Alves) e coordenação (Sueli Ramos) e pelos professores. Temos na escola a Rádio Estrela que é comandada pela professora Marlene e as crianças participam ativamente. O teatro é espetacular e minha filha adora, interage superbem e nós, mães, muitas vezes temos a oportunidade de assistir. Outra coisa que acho lindo na escola é toda segunda-feira ser cantado o Hino Nacional juntamente com os funcionários, alunos e responsáveis.
Finalmente, fui convocada para a função de Agente Auxiliar de Creche e tive outra emoção: ter uma turma só minha. Olhei para aqueles pequeninos sedentos de carinho, muitos de família muito pobre. Eu pensei: "tenho que cuidar deles, eles precisam de mim". E, na minha vida, não há nada que se compare ao sorriso de uma criança. Sou feliz na minha profissão.
Comecei, também, a aprender LIBRAS na Funlar, pois meu grande sonho é trabalhar com pessoas com necessidades especiais. Escuto muitos falarem que não conseguiria, que acabaria absorvendo tudo. É fantástico, eu aprendo muito com eles, com os filhos das minhas amigas, com a superação deles e a alegria que eles têm dentro do coração. É a minha paixão...
Gostaria de ressaltar que sou muito grata à equipe da E. E. M. Mª Montessori pelo trabalho voltado a Arielle, pelo carinho e respeito. É uma escola que eu amo muito, assim como as pessoas que também trabalham lá, desde a merendeira até a servente. Eles merecem todos os aplausos!
Arielle atualmente frequenta a Escola Especial Municipal Maria Montessori, onde Cíntia atua como voluntária, mesmo depois de assumir sua função de AAC. Em contato com a unidade, tivemos gentilmente o envio de breve relato sobre a menina pela Coordenadora Pedagógica Sueli Ramos de Souza e pela diretora IV Viviane Alves Parreira.
Arielle Beatriz de Oliveira Pires foi matriculada nesta U.E. em 2007 oriunda do CIEP Clementina de Jesus, onde frequentou o extinto Polo de Bebês e, depois, encaminhada para Educação Infantil Especial na escola especial, hoje extinta na rede do Rio de Janeiro. No período em que a aluna alcançou a idade para o 1º ano, a mãe manifestou o desejo de transferir a menor para uma classe regular, porém a avaliação técnico-pedagógica indicava a permanência da Arielle em Classe Especial. Na escola especial, tendo em vista as necessidades da aluna, foi realizada uma grande avaliação com os profissionais da escola, da GED, do IHA e com os pais, afinal, foram necessárias diversas estratégias para melhor atender suas necessidades.
No ano de 2012, diversas estratégias foram propostas ao trabalho com a Arielle, mudança de grupamento, mudança de professor e a aluna mostrou que era necessário buscar um trabalho dedicado exclusivamente a ela. Foi quando passou a frequentar a classe de atendimento individual e complementar seu desenvolvimento com o trabalho da Sala de Recursos, a fim de incluí-la aos demais grupos. Neste período, entre muitos altos e baixos, com o acompanhamento clínico e terapêutico efetivos, foi possível realizar um trabalho mais voltado ao seu interesse e assim ampliando seu desenvolvimento social e cognitivo.
Homenagem do Rioeduca a todas as famílias de crianças especiais que lutam por seus filhos.
Profª Márcia Cristina Alves Representante da 9ª CRE:
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Segunda-feira, 06/01/2014
Ginásio Experimental Olímpico - O Segredo do Sucesso
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